Fundada em 30 de outubro de 1920 com o objetivo de cultivar a língua vernácula e promover a literatura, os valores culturais e as artes em geral; e preservar, promover e divulgar a obra literária dos seus patronos, fundadores e acadêmicos, a ACL realiza nesta segunda-feira (31/10), às 17 horas, uma reunião híbrida (presencial e com a participação dos membros pelo YouTube) para registrar a data.

Além disso, a Academia Catarinense de Letras aproveita o ensejo para homenagear o professor, escritor e acadêmico Deonísio da Silva, recentemente indicado ao Prêmio Nobel de Literatura de 2022, anúncio feito oficialmente quando da escolha da escritora francesa Annie Ernaux.

Em nota oficial, a Academia Catarinense de Letras externou aos seus acadêmicos e à comunidade catarinense a satisfação e a honra de histórica conquista literária, em nível estadual e nacional: “A merecida indicação faz justiça a um dos mais premiados e talentosos escritores catarinenses e coloca a nossa cultura em dimensão internacional”.

Deonísio da Silva é titular da cadeira 5 da ACL e integra a Academia de Ciências de Lisboa. Ele participa ativamente em ambas as instituições, às quais contribui com sua reconhecida cultura. Autor de mais de trinta livros, passa a constar de uma lista de laureados escritores igualmente indicados ao Nobel como Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado. Entre as suas obras de maior sucesso destacam-se “Avante, soldados: para trás”, “Teresa D’Ávila” e “Stefan Zweig deve morrer”. “A Diretoria cumprimenta o acadêmico Deonísio da Silva, seus familiares e amigos pela magnífica indicação”, finaliza a nota assinada pelo presidente da entidade Salomão Ribas Jr.

A Academia Catarinense de Letras (ACL) é a entidade literária máxima do estado brasileiro de Santa Catarina. Surgiu como Sociedade Catarinense de Letras, graças ao entusiasmo e liderança de José Boiteux, que empresta o nome à sua atual sede na Avenida Hercílio Luz, em Florianópolis.

A ideia de criar em Santa Catarina a sua academia já havia sido lançada por duas vezes na década anterior pelo então jovem escritor Othon da Gama Lobo d’Eça. Em 1924, inspirando-se na Academia Brasileira de Letras, a sociedade passa a ser denominada Academia Catarinense de Letras. Na época ainda estavam vagas dezesseis das quarenta cadeiras. Diferentemente de suas congêneres, desde o início a ACL teve mulheres em seus quadros. Delminda Silveira foi a primeira titular da cadeira de número 10 e Maura de Senna Pereira a primeira titular da cadeira 38.

Composta por quarenta escritores nascidos ou que fizeram sua história em Santa Catarina, as cadeiras na entidade são vitalícias, ou seja, membros novos só podem ser escolhidos após o falecimento de algum membro atual. Quando uma cadeira está vaga, a Academia realiza uma eleição para escolher o novo membro. Qualquer pessoa pode se candidatar à vaga.

Conforme o artigo 9º do seu Estatuto, “pode candidatar-se à vaga autor de expressão cultural nascido ou com residência no Estado de Santa Catarina por mais de vinte anos e que tenha publicado obra de reconhecido mérito no campo das Letras, não sendo admitidas obras em coautoria nem textos esparsos”.

São fundadores da ACL os seguintes escritores: Alfredo Felipe da Luz, Altino Corsino da Silva Flores, Antônio Mâncio da Costa, Clementino Fausto Barcelos de Brito, Francisco Gonçalves da Silva Barreiros Filho, Fúlvio Coriolano Aducci, Gil Costa, Gustavo Neves, Haroldo Genésio Callado, Heitor Pinto da Luz e Silva, Horácio Serapião de Carvalho, Ivo d’Aquino Fonseca, João Batista Crespo, José Arthur Boiteux, José Luís Martins Collaço, Laércio Caldeira de Andrada, Lucas Alexandre Boiteux, Luiz Oswaldo Ferreira de Mello, Nereu de Oliveira Ramos, Ogê Mannebach, Oscar Rosas Ribeiro de Almeida, Othon da Gama Lobo D’Eça e Tito Carvalho.

A Academia Catarinense de Letras tem como Patronos os ilustres catarinenses relacionados a seguir, por Cadeira:

Cadeira 1 – Álvaro de Carvalho (1829-1865)

Cadeira 2 – Antero dos Reis Dutra (1835-1911)

Cadeira 3 – Carlos de Faria (1865-1890)

Cadeira 4 – Cláudio Luís da Costa (1789-1869)

Cadeira 5 – Crispim Mira (1880-1927)

Cadeira 6 – Duarte Mendes de Sampaio (1762-1846)

Cadeira 7 – Duarte Paranhos Schutel (1837-1901)

Cadeira 8 – Eduardo Duarte Silva (1852-1924)

Cadeira 9 – Feliciano Nunes Pires (1785-1840)

Cadeira 10 – Antônio Francisco Castorino de Faria (1839-1913)

Cadeira 11 – Francisco Carlos da Luz (1830-1906)

Cadeira 12 – Francisco Pedro da Cunha Bittencourt (1832-1889)

Cadeira 13 – Francisco Tolentino de Souza (1845-1904)

Cadeira 14 – Gustavo de Lacerda (1853-1909)

Cadeira 15 – João da Cruz e Sousa (1861-1898)

Cadeira 16 – João Justino de Proença (1844-1916)

Cadeira 17 – Jerônimo Francisco Coelho (1806-1860)

Cadeira 18 – João Silveira de Souza (1824-1906)

Cadeira 19 – Joaquim Antônio de São Thiago (1856-1916)

Cadeira 20 – Joaquim Augusto do Livramento (1821-1883)

Cadeira 21 – Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva (1821-1869)

Cadeira 22 – Jonas de Oliveira Ramos (1895-1923)

Cadeira 23 – José Cândido de Lacerda Coutinho (1841-1900)

Cadeira 24 – José Johanny (1872-1915)

Cadeira 25 – Juvêncio Martins Costa (1857-1882)

Cadeira 26 – Lauro Severiano Müller (1863-1926)

Cadeira 27 – Luís Delfino dos Santos (1834-1910)

Cadeira 28 – Lídio Martinho Barbosa (1864-1913)

Cadeira 29 – Liberato Bittencourt (1869-1948)

Cadeira 30 – Manoel Joaquim de Almeida Coelho (1792-1871)

Cadeira 31 – Manoel José de Souza França (1780-1856)

Cadeira 32 – Manoel dos Santos Lostada (1860-1923)

Cadeira 33 – Manoel da Silva Mafra (1831-1907)

Cadeira 34 – Marcelino Antônio Dutra (1809-1869)

Cadeira 35 – Martinho José Calado e Silva (1862-1914)

Cadeira 36 – Oscar Rosas Ribeiro de Almeida (1864-1925)

Cadeira 37 – Polidoro Olavo de São Thiago (1852-1916)

Cadeira 38 – Roberto Trompowsky Leitão de Almeida (1853-1926)

Cadeira 39 – Sebastião Catão Calado (1851-1914)

Cadeira 40 – Virgílio dos Reis Várzea (1863-1941)

Busto de José Boiteux, no hall da sede da ACL